Brasil conquista oito medalhas no Six Days 2019

Postado em 25 de novembro de 2019.

O 94º International Six Days Enduro terminou de forma positiva para o Brasil. Ao final dos seis dias de competição, os pilotos garantiram, assim, a conquista de oito medalhas nas olimpíadas do off-road: duas de ouro, uma de prata e cinco de bronze.

Brasil sai de Portimão, em Portugal, com bagagem cheia: pilotos conquistaram duas medalhas de ouro, uma de prata e cinco de bronze. Foto: Janjão Santiago.

 

Six Days Enduro de muitas emoções

Missão cumprida! A seleção brasileira finalizou neste sábado (16/11) a 94ª edição do International Six Days Enduro, considerada por muitos como uma das mais difíceis dos últimos tempos, com a conquista de oito medalhas. Uma prova com chuva, frio, poeira, lama e toda série de adversidades. Gustavo Pellin, Maurício Fernandes e Vitor Garcia representaram a seleção brasileira que garantiu o 16º lugar na competição e faturaram três medalhas: uma de prata para Pellin e uma de bronze para Garcia e outra para Fernandes. Pela seleção Júnior, Bruno Crivilin e Gabriel Soares garantiram duas medalhas de ouro. E na disputa entre os clubes, entretanto, o Clube Brasil garantiu mais três bronzes com José Manuel Simas, Manuel Francisco Correia e Willian Almeida Junior.

Esta foi a terceira participação consecutiva da seleção brasileira no International Six Days Enduro. Depois de vários anos sem enviar uma seleção para a disputa – a última havia sido em 2003 – contudo, o Brasil esteve presente nas edições da França em 2017, Chile em 2018 e agora, em Portugal.

 

Gustavo Pellin se destaca na competição

Gustavo Pellin foi o único piloto brasileiro a participar dessas três edições e, assim, conquista sua terceira medalha consecutiva. Depois do ouro na França, conquistou a prata no Chile e agora outra prata em Portugal. Segundo ele, o principal desafio foi encarar o clima instável, que prejudicou bastante as condições da prova. “Os dias aqui foram bem duros, primeiro e segundo dia sofri muito com o acerto da moto e nas especiais de areia. O terceiro e quarto dias foram legais, o que dificultou bastante aqui em Portugal foi o clima, o tempo muito instável”, relata.

“É a minha quarta participação e a minha terceira medalha, na Argentina acabei não conseguindo finalizar. Estou muito feliz em completar mais um Six Days, esse era o principal objetivo. A prova da Argentina pra mim foi a mais difícil, com deslocamentos bem complicados e muitas motos quebrando, mas cada Six Days tem uma particularidade. Neste o clima complicou, estavam muito pesadas as especiais, principalmente as de areia, as mais difíceis”, completa.

 

Vitor Garcia e sua estreia

Estreante na competição e caçula da Seleção, o mineiro Vitor Garcia concluiu o objetivo principal de finalizar bem a prova com sua MXF, moto que trouxe do Brasil especialmente para testar na mais difícil competição de enduro, com seis dias de duração e bastante desgastante. Além de comemorar a conquista da medalha, acima de tudo já faz planos para o próximo ano.

“Esse foi um grande sonho realizado, não só participar, mas completar, o Six Days. Graças a Deus deu tudo certo, finalizei em boas condições físicas, a moto completou em boas condições também, e esse era o grande objetivo, chegar no final. Achei muito legal, bem desafiadora a prova, com deslocamentos bem longos e especiais muito técnicas, principalmente por causa dos buracos e desgaste do terreno pela quantidade de motos passando. Vamos voltar pro Brasil e continuar os treinos para a próxima temporada e quem sabe no ano que vem poder fazer o Six Days da Itália”.

 

Experiência de Maurício Fernandes ajuda na classificação

O mais experiente do grupo é o paulista Maurício Fernandes, que colocou no currículo a conquista da medalha de bronze do International Six Days Enduro, depois de participar das principais provas e competições do planeta. Com 48 anos, disputou a prova com entusiasmo de um garoto e concluiu uma das mais difíceis edições da prova. “Depois de toda minha experiência no motociclismo, conquistar, aos 48 anos, uma medalha no Six Days, principalmente nesta edição, que muitos estão falando que foi uma das mais difíceis, pra mim é uma grande conquista”, fala.

“Queria agradecer ao Dino, de Belo Horizonte, que me ajudou nesta preparação para conseguir superar estes seis dias tão duros. Isso ajudou para que eu finalizasse bem. Quero agradecer também a todos que me apoiaram, como o preparador físico, Silas, o Marçula, e outras várias pessoas ao nosso redor. Superar esses seis dias em cima da motocicleta, muitas horas por dia muito intensos, não foi fácil, ainda mais enfrentando uma maioria de vinte, vinte e poucos anos de idade. Por isso, a equipe brasileira está toda de parabéns, uma galera bem unida, foi muito bom”, completa.

 

Possibilidades para o país

Chefe da delegação brasileira, o Diretor de Enduro da Confederação Brasileira de Motociclismo comemora, assim, mais uma participação de sucesso na prova. E vê abertas as possibilidades do Brasil voltar a sediar a prova, assim como aconteceu em 2003. “A participação do Brasil aqui em Portugal foi dentro das nossas expectativas. Como tivemos um clube que se transformou em seleção, acho que foi muito proveitoso e conseguimos cumprir o objetivo, ao finalizar com três pilotos do time principal no final da prova e com dois do time Junior. Isso mostra a evolução dos nossos pilotos na modalidade e, certamente graças à consistência do campeonato brasileiro”, relata.

“Isso é muito bom e comprova a evolução da modalidade no Brasil. Há pouco tempo atrás seria muito difícil essa conquista, esses resultados. Foi muito positivo e gratificante ter trabalhado duro e ter investido tanto neste projeto. Novamente, quero ressaltar que essa terceira participação consecutiva abre a possibilidade de, no futuro, o Brasil voltar a sediar uma prova dessas. Precisamos apenas de parceiros e investimentos, pois a capacidade e locais para isso o Brasil tem”, explicou.

 

Seleção Júnior – Os pilotos Bruno Crivilin e Gabriel Soares comemoram a conquista da medalha de ouro na competição. Depois dos seis dias de uma prova muito dura, Crivilin conseguiu a façanha de ser o piloto melhor classificado da América do Sul na prova. Gabriel Soares, em sua primeira participação, também conquista a medalha de ouro e a evolução no decorrer da prova.

 

Clubes – O Clube Brasil conseguiu finalizar a prova e comemora a medalha de bronze conquistada pelos três pilotos do Clube Brasil, representado pelos pilotos José Manuel Simas, Manuel Francisco Correia e Willian Almeida Junior.

 

Classificação Final

94º International Six Days Enduro

 

Categoria E1

1 – Josep Garcia

2 – Ryan Sipes

3 – Lyndon Snodgrass

4 – Luke Styke

5 – Eero Remes

16 – Bruno Crivilin

35 – Vitor Garcia

36 – Maurício Fernandes

 

Categoria E2

1 – Taylor Robert

2 – Kailub Russel

3 – Davide Guarnieri

4- Fraser Highlet

5 – Joshua Green

22 – Gabriel Soares

30 – Gustavo Pellin

 

Geral

1 – Daniel Sanders

2 – Josep Garcia

3 – Taylor Robert

4 – Kailub Russel

5 – Daniel McCanney

45 – Bruno Crivilin

53 – Gabriel Soares

73 – Gustavo Pellin

91 – Vitor Garcia

92 – Maurício Fernandes

Vitor Garcia completou os 1500 km do Six Days conquistou a medalha de bronze da competição com sua MXF. Crédito: Janjão Santiago

O gaúcho Gustavo Pellin foi o melhor classificado da seleção principal e conquistou, sobretudo, mais uma medalha de prata. O último dia de prova teve uma especial no estilo motocross que usou parte de uma pista de kart. Crédito: Janjão Santiago

 

Depois de encarar dois Paris-Dakar, Romaniacs, Rally dos Sertões e outras provas, Maurício Fernandes, afinal, conquistou a medalha de Bronze do Six Days. Crédito: Janjão Santiago

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